Por FABIO FERNANDES
O espetáculo teatral “Meu corpo está aqui “ traz para a cena o debate sobre a aceitação dos corpos das pessoas com deficiência sobre o aspecto da sensualidade e da beleza. O texto de autoria de Julia Spadaccini e Clara Kutner discute os padrões estéticos excludentes que são comumente impostos às pessoas com deficiência e apresenta um novo olhar sobre essas pessoas. O espetáculo percorre o circuito de teatros e lonas culturais do Rio de Janeiro. A peça faz uma curta temporada de 14/12 até 18/12, no Teatro Municipal Domingos Oliveira.
A narrativa do espetáculo foi construída através das experiências pessoais dos atores da peça, Bruno Ramos, surdo, Haonê Thinar, amputada, Juliana Caldas, com nanismo, e Pedro Fernandes, que é cadeirante. Além de terem participado da elaboração do texto, eles mesmos assumem o protagonismo da peça, dando vida, voz e corpo aos conflitos do espetáculo “Meu corpo está aqui”, tratando abertamente sobre seus relacionamentos, seus corpos, seus desejos.
Clara Kutner, uma das autoras da peça fala sobre o que pretende despertar no público – “Acredito que são inúmeras provocações a partir do momento em que eles se apresentam quebrando paradigmas relacionados ao próprio termo “pessoa com deficiência”. No palco os corpos estão livres para não cumprirem regras e expectativas. Assim vejo a experiência teatral.” Para Julia Spadaccini, que também assina a autoria do texto, o espetáculo busca romper com os estereótipos que são socialmente impostos às pessoas com deficiências e seus corpos. – “A peça vem para jogar luz, justamente, nessa grande invisibilidade que acomete o corpo com deficiência, seus desejos, amores e sexualidade” –, conclui Julia.
O espetáculo “Meu corpo está aqui” está em cartaz de 14/12 até 18/12, sempre às 20h, no Teatro Municipal Domingos Oliveira, na Rua Vice-Governador Rúbens Berardo, nº 100, Gávea. O espetáculo conta com recursos de acessibilidade, intérprete de Libras. Classificação 16 anos.